História ensina que é preciso punir responsáveis pelo 8/1

É preciso conhecer a própria história para não repeti-la

Por Paulo Moreira Leite(*)

Basta registrar que foi preciso aguardar três meses e dez dias para se descobrir que era necessário colocar o general Gonçalves Dias em observação por causa do ataque de 8 de janeiro para se reconhecer que ali ficou uma advertência ao Brasil e aos brasileiros.

O que se viu no 8/1 foi uma tentativa inaceitável de golpe de Estado contra o governo Luiz Inácio Lula da Silva. Condenada a fracassar por uma fraqueza sem remedio — a absoluta falta de apoio da sociedade brasileira a uma iniciativa criminosa dessa natureza — o 8/1 relevou uma verdade preocupante, porém.

Foi preciso aguardar mais de três meses para se ter acesso a um vídeo com imagens e revelações indispensáveis sobre um episódio gravíssimo na curtíssima história do Lula 3 — a tentativa de derrubar um governo eleito apenas nove dias antes por 59,5 milhões de votos.

Para quem já compreende a importância de acompanhar o funcionamento das instituições brasileiras, não custa registrar que o país só teve uma noção mais realista sobre os fatos ocorridos naquela jornada dramática em função de uma reportagem da norte-americana CNN.

Assim foi possível ter uma idéia mais clara da gravidade dos fatos. Oportunidade única na longa história de sabotagens e ataques à liberdade e à independência dos brasileiros, as imagens do dia 8 de janeiro colocam uma questão incontornável para o governo Lula e as instituições do país.

Permitem investigar, denunciar e também condenar os responsáveis pela baderna, oportunidade rara num país onde golpes e quarteladas constituem criminosa rotina.

Como lembram os estudiosos da democracia, no mundo inteiro: é preciso conhecer a própria história para não repeti-la.

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