Prisão de Bolsonaro não é para já
“Bolsonaro ficará exposto na vitrine da infâmia por muito tempo. Sabendo que sua vez vai chegar”, escreve o colunista Alex Solnik
Tudo o que os bolsonaristas querem é que Bolsonaro seja preso de sopetão, a qualquer momento, na calada da noite, para esgrimir o discurso de perseguição.
Mas isso não vai acontecer.
Não há pressa alguma, nem na PF nem no STF. A pressa é inimiga da investigação. Ninguém quer correr o risco de as provas serem insuficientes ou inconclusivas, com brechas que possam invalidá-las. Nem a opinião pública nem a comunidade jurídica podem ter dúvidas acerca delas.
Hoje circulou a informação que a PF planeja encerrar as investigações em junho.
Como o recesso cai em julho, o inquérito vai chegar à PGR em agosto.
Ler a papelada com atenção e escrever um parecer não leva menos de um mês.
Portanto, se a PGR mandar o inquérito para frente, ele vai chegar ao STF em setembro.
Ler a papelada e cada ministro escrever seu voto não vai levar menos de um mês. Outubro.
Tal como os condenados à cadeira elétrica, nos Estados Unidos, ficam no corredor da morte à espera da sua vez, Bolsonaro ficará exposto na vitrine da infâmia por muito tempo.
Sabendo que sua vez vai chegar.
E que chefe máximo a pena é máxima.
Alex Solnik
Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais “Porque não deu certo”, “O Cofre do Adhemar”, “A guerra do apagão” e “O domador de sonhos”